“Use tudo e todos que você puder. Me prove que o amor é pra quem não sabe o que quer. Bem como eu sou.” - e não sei.
Quando você entra no mar, e alguns mergulhos – e muita areia - depois, você olha pra trás e não sabe o que aconteceu, por que agora você está muito longe de onde deixou a sua toalha, seu dinheiro, seu filtro solar. Eu não sei se eu consigo enfrentar esse desastre natural que é ter você, seja como for. Apareça tsunami, furacão, terremoto… Você não passa sem fazer-se notar. Seus olhos de ressaca, minha Capitu, já me levaram muito longe do lugar onde eu estava na minha praia. O brilho refletido das minhas lágrimas iluminou a minha experiência, e eu aprendi que lá, no mar, olhar para o lado e procurá-la será algo um pouco menos que inútil. Eu a conheço. Não é que eu queira saber mais. Eu quero saber mais sobre mim. De novo, eu. Na praia tenho tudo o que preciso. Seria o mesmo que o que eu quero? Não quererei eu, porventura, um pouquinho mais? Durante a noite, aqui é tão frio. E a água, ironicamente, está sempre um pouco mais quente. Ademais, às vezes eu fico só. Umas por opção, outras por incapacidade. Achar algo ou alguém que me capacitará, já aprendi que não vou. No entanto, isso nunca impediu-me de procurar, e mais, de desejar a procura. Quem sabe eu esteja fadado a procuras incansáveis, decepções previsíveis, e alguns momentos interessantes, por causa de outros momentos interessantes que viraram fecharam-se em segredo conveniente. Quiçá é por isso que eu me encontro assim, tão só. Cada uma dessas conveniências que abro faz-me sentir mais próximo de alguém, e mais longe de mim. Acho que isso que é reinventar-se. Não queria encontrar em mim a decepção. Queria saber, e confirmar, que eu sei voltar sozinho. Ou vá lá, me perder, e me afogar. Quero um ângulo de onde possa apontar um momento e chamar de “volta”, “retorno”. Casa. Seria, pois, essa então a procura. Um motivo pra me orgulhar de mim, ou pra dizer que eu não sei mudar.
Minha nota mental: retornar. Tornar - em fortalecer… - entornar pra contornar. Superar. Provar pra mim que eu pude. Cadê.
Talvez adicionar você pese em mim. Talvez seja muita areia para o meu caminhãozinho. Mas ele é de plástico, e caso quebre, eventualmente vou achar um calor que o derreta, um frio que o reposicione, e um trilho certo. Certo de que vou desviá-lo. - Que diga que sozinho não preciso mais seguir.
- A tua diversão é escrever pra dizer que acabou de chegar. Que passou por aqui, e não quis me chamar. Eu bebi saudade a semana - vida - inteira. Pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber. Quando eu te peço pra esquecer, é por que eu quero te fazer lembrar. Quando eu te digo que não penso, é por que eu não PARO de pensar. Quando eu tento me esconder é por que eu só quero te mostrar o que eu ainda sou - POSSO ser. O acaso me deixou tão só. Talvez eu ache algo mais forte que faça eu me sentir melhor. Depois do que eu já andei. Depois do que ainda tenho que andar. Quem sabe em outro dia eu te encontro em outro lugar - ou logo.
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